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Pesquisa do Campus JF desenvolve programa que auxilia no diagnóstico de câncer

O software Weave é capaz de reconhecer padrões em milhares de imagens. O projeto estabeleceu uma parceria com a ASCOMCER para aprimorar o aplicativo.

Há 10 anos o professor Sandro Fernandes, do núcleo de informática, coordena um projeto de pesquisa para desenvolver um programa capaz de reconhecer padrões em diferentes imagens a partir de descritores de textura - tecnologia que transforma os pixels das imagens em números capazes de serem analisados minuciosamente. Os estudos resultaram na elaboração de um software capaz de automatizar o processo de análise de milhares de imagens ao mesmo tempo. Com o intuito de atingir diretamente a comunidade externa, os integrantes do projeto têm idealizado sua primeira aplicação na área de saúde, auxiliando no diagnóstico de câncer de mama.

História do projeto

Dentro de seu mestrado e doutorado, Sandro já pesquisava sobre descritores de textura e outros processos para automatizar o reconhecimento de padrões em imagens. Inicialmente, todos os cálculos da análise eram realizados de forma manual, gerando um trabalho exaustivo e impossível de ser realizado em grande escala. Em meados de 2002, o professor iniciou o projeto de pesquisa “Classificação de imagens utilizando descritores de textura” com o intuito de desenvolver um software que automatizasse e aprimorasse a análise de imagens para diversas finalidades.

O sucesso da pesquisa trouxe convites para palestras consagradas internacionalmente como a Internacional Conference on Industry Sciences and Computer Sciences Inovation (ISCSI) de Portugal, onde apresentaram de foram remota em março deste ano, e para a NeuroTalks 2023, no Japão.

Em julho deste ano, o projeto estabeleceu uma parceria com a Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (ASCOMCER) para ter acesso a um banco de imagens de exames de câncer de mama e aprimorar a inteligência artificial do software para casos reais. A finalização do produto e o início do processo de patenteamento está previsto para 2023.

Como o software funciona

Para que projeto de pesquisa fosse capaz de gerar um software apto a ser patenteado e comercializado, o Campus JF precisava ser dono também da tecnologia por trás do programa - na área de informática, essa tecnologia é conhecida como biblioteca, um código fonte que estrutura a inteligência artificial do aplicativo.

O processo de identificação do programa funciona a partir de um referencial, por isso, é possível “treiná-lo” para reconhecer várias singularidades. No caso do diagnóstico de câncer, por exemplo, o referencial é criado a partir de bancos de imagens com exames positivos e negativos. A partir deste padrão, o programa saberá reconhecer e acusar uma porcentagem para qualquer imagem que ainda não possua um parecer. Segundo o coordenador do projeto, o intuito da pesquisa sempre foi gerar um produto útil para a sociedade, por isso, escolheram aplicá-lo inicialmente na área de saúde.

A ideia não é substituir o aval de um especialista, mas servir de auxílio para a análise de diversos casos, além de prestar assistência preliminar em locais muito afastados ou que possuam uma assistência médica precária. “O software pode ser essencial para assistir o médico em caso de cânceres mais raros e que não são tão visíveis a olho nu, ao receber uma imagem para análise que o programa tenha acusado uma alta probabilidade de ter um diagnóstico positivo, a análise com certeza será mais minuciosa.” comenta o professor Sandro Roberto.

 

Por Fábio Kelbert, estagiário sob supervisão de Laura Chediak.  

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