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Artigo propõe recurso didático para promover acessibilidade à pessoas com deficiência visual no ensino de física

Projeto foi desenvolvido no âmbito do Núcleo de Ações Inclusivas (NAI) do Campus Juiz de Fora e publicado em revista científica da área

Buscando contribuir para o campo das tecnologias assistivas em contextos escolares, a equipe do projeto de extensão “Física em Mãos”, desenvolvido no Núcleo de Ações Inclusivas (NAI), desenvolveu um simulador 2D tátil para o ensino de física a pessoas com deficiência visual. O modelo foi apresentado em artigo científico publicado em revista da área, e promove um olhar pedagógico inclusivo para o ensino de circuitos elétricos.

O objetivo do projeto era a criação de recursos didáticos acessíveis para garantir acessibilidade a estudantes com deficiência visual ou baixa visão em aulas de física sobre eletricidade e magnetismo. A elaboração e confecção desses recursos explora a aprendizagem através de outros sentidos além da visão, como objetos bidimensionais, tridimensionais,  comandos de voz e percepção de vibração. O projeto é coordenado pela revisora de textos Braille Gabriela Santos Leite, que atua no NAI e a equipe conta com os bolsistas Diego Santos e Karina Machado, além do voluntário Gabriel Rodrigues e do colaborador Jefferson Martins. 

Gabriela coloca que a acessibilidade é indispensável para permitir uma igualdade de acesso na construção do conhecimento, e no caso da Física e do ensino de circuitos, é preciso pensar uma forma de transpor aspectos visuais de modo multissensorial. “Diante disso, nossa preocupação era conseguir manter essa mesma lógica, mas de forma que os alunos com deficiência ou visão reduzida conseguissem entender e ilustrar circuitos por conta própria.” 

A ideia para o simulador surgiu com o projeto de extensão "Física em mãos": confecção de recursos didáticos adaptados para pessoas com deficiência visual desenvolvido no Campus Juiz de Fora, em colaboração com o NAI. Professor substituto de Física e colaborador externo do projeto, Jefferson Martins conta que a criação do modelo foi impulsionada pela presença cada vez maior de alunos com deficiência visual no ensino regular que necessitam de ferramentas didáticas acessíveis para incluí-los.

“A adaptação de materiais no ensino é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem para pessoas com deficiência visual. Os materiais para ensinar física a esses estudantes devem servir como mediadores que facilitem a relação entre professor e aluno, pois nesses casos, os recursos didáticos assumem uma importância ainda maior.”

A metodologia para construção do simulador envolveu a análise de materiais e texturas para que os estudantes, através do tato, pudessem perceber todos os diferentes elementos usados no ensino de circuitos elétricos. As opções escolhidas foram o E.V.A., cordonê e miçangas, que tiveram os melhores resultados para a diferenciação dos componentes.

Gabriel Rodrigues, graduando em Engenharia Mecatrônica, foi bolsista do projeto e ressalta a importância da iniciativa em tornar a sala de aula um ambiente mais inclusivo. Ele aponta que é importante entender as especificidades dos estudantes cegos para aumentar sua confiança e motivação. “Além disso, acredito que o artigo publicado a partir de nossa pesquisa possa ser um incentivo para a criação de outros trabalhos na área da inclusão, originando novos materiais multissensoriais capazes de tornar mais agradável e eficiente o processo de aprendizagem de pessoas com deficiência visual.”

O simulador de circuito desenvolvido foi apresentado para dois revisores que possuem deficiência visual fazerem testes e, assim, contribuir para seu aprimoramento. Jefferson conta que a contribuição dos revisores permitiu realizar apontamentos para melhorar a compreensão do material e sua leitura tátil. “Diante disso, foi fundamental levar em consideração essas sugestões do público-alvo, que nos levaram a refazer alguns componentes e chegarmos a um produto final acessível e de qualidade”, conclui.

Acesse aqui o artigo na íntegra.

 

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