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Contexto: Professores do Campus Juiz de Fora explicam características e impactos da indústria 4.0

Thiago Castro e Leandro Oliveira falam sobre quarta revolução industrial e como o Campus Juiz de Fora contribui para o desenvolvimento da indústria nacional

O período de grande desenvolvimento tecnológico que propiciou o surgimento da indústria e sua difusão pelo mundo foi chamado de Revolução Industrial. Ele se iniciou na segunda metade do século XVII, na Inglaterra, e provocou intensas mudanças para a economia e para a cultura, marcando a consolidação do capitalismo. Inicialmente, tecnologias como máquinas a vapor e energia elétrica aceleraram os processos de produção, transformando relações de trabalho e impactando as cidades e o meio em que vivemos. Hoje, essa revolução chega à sua quarta fase, que leva conceitos de robótica e automação para as cadeias produtivas. Para falar sobre o assunto, foram convidados os professores Thiago Castro e Leandro Oliveira, que tratam dos conceitos e impactos trazidos com ela. 

O princípio básico da quarta revolução industrial, também chamada de indústria 4.0, é promover a digitalização das atividades industriais a partir da integração da automação industrial com diferentes tecnologias como inteligência computacional, robótica e computação em nuvem. Desse modo, as empresas podem ter redes inteligentes que aumentam a eficiência no uso dos recursos e no desenvolvimento de produtos em larga escala, resultando num aumento de produtividade.

Professor do Núcleo de Eletrônica e Automação, Thiago Castro explica que, embora envolvam tecnologias sofisticadas e a integração de diferentes processos, essa tendência da indústria não se restringe apenas a grandes cadeias produtivas. “A primeira vista, pode-se acreditar que a implementação das técnicas de indústria 4.0 é um processo extremamente custoso, e somente empresas com atuação internacional têm acesso a esse novo modo de produção. Entretanto, pequenas ações podem gerar elevação da capacidade produtiva tornando o processo mais eficiente.” Ele completa dizendo que os benefícios vão além das linhas de produção, abrangendo desde a fase de criação e desenvolvimento até a análise de adequações com um produto já acabado.

Através do uso de ferramentas de custo relativamente baixo como sensores e computação em nuvem, pode-se ter uma otimização do tempo e uma redução no desperdício de insumos, permitindo à empresa executar um serviço melhor e mais rápido, com a mesma equipe de funcionários. Iniciativas desenvolvidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), estimam que pode haver um aumento de até 45% na produtividade de micro empresas ligadas aos setores alimentício, moveleiro ou de vestuário. Pequenas e médias empresas dessas mesmas áreas podem ter sua produtividade aumentada em 23% e 12%, respectivamente.

Ao falar em inteligências artificiais, não se diz respeito a máquinas inteligentes e conscientes, mas sistemas que conseguem captar e relacionar dados importantes ao longo dos processos de produção, como explica o professor do Núcleo de Eletrotécnica, Leandro Oliveira. “A nova indústria irá gerar grande quantidade de dados porque todas as partes do processos agora são geradoras de informação, desde a entrada dos insumos até a saída do produto final. Nesse sentido, a inteligência computacional envolve a criação de métodos ou programas capazes de executar e processar esse enorme volume de dados, principalmente quando diferentes empresas têm seus processos de produção relacionados.” 

Historicamente, as diversas revoluções industriais foram responsáveis por criar e extinguir cargos ao longo do tempo. O trabalho braçal e repetitivo foi gradualmente passado à máquina, restando ao homem o protagonismo da decisão, controle e manutenção dos processos. Com a quarta revolução industrial, espera-se que o processo seja semelhante. “Em um primeiro momento haverá a criação de novas vagas que necessitem de maior capacitação para realizar a transformação e otimização da linha de produção. Assim, é importante que o profissional esteja sempre buscando capacitação nas áreas de automação ou tecnologia de informação de modo a se manter no mercado”, ressalta Leandro. “O Brasil é um país que ainda está caminhando rumo a essa evolução. Dessa forma, temos que nos preparar para as futuras mudanças que prometem trazer melhorias nas condições de trabalho.”

Thiago Castro acrescenta que, neste âmbito, o Campus Juiz de Fora possui uma série de cursos técnicos e superiores que geram conhecimento e profissionais aptos a trabalharem com as tecnologias implementadas pela Indústria 4.0. Um deles é o Bacharelado em Sistemas de Informação, que permite o estudo de tecnologias vinculadas à inteligência computacional. As graduações em Engenharia Elétrica e Mecatrônica também trabalham questões como automação industrial, redes industriais e sistemas de simulação e manufatura aditiva. “Todos esses cursos, em conjunto, formam a base para uma pluralidade de conhecimentos tecnológicos necessários à capacitação de um profissional competitivo para a indústria atual”, finaliza.

 

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