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Contexto: Campus JF adota medidas para reduzir ainda mais o consumo de energia elétrica

Decreto estabelece que órgãos públicos federais têm até abril de 2022 para reduzir o consumo de energia elétrica de 10% a 20%

Diante do enfrentamento da pior crise hídrica dos últimos 91 anos, o governo lançou o Decreto Nº 10.779, no dia 25 de agosto de 2021, no qual define medidas voltadas aos órgãos públicos federais com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica em todo país. As ações deverão ser implementadas entre setembro de 2021 e abril de 2022, com redução obrigatória de  10% a 20%  em relação à média do consumo do mesmo mês nos anos de 2018 e 2019. Na editoria contexto da semana, o coordenador de projetos do Campus JF, Denis Ribeiro Maurício, faz uma análise sobre a conjuntura atual. 

O consumo em relação aos meses de setembro e abril deverão ser divulgados pelas entidades para que seja feito o controle e supervisão dos gastos. Em caso de descumprimento da ordem, o órgão precisará apresentar justificativa.  Dentre as medidas estabelecidas pelo decreto, torna-se obrigatório desligar o aparelho de ar-condicionado quando o ambiente estiver desocupado, assim como a iluminação; limitar o resfriamento dos ambientes 24°C e o aquecimento a 20°C; desligar o monitor, a impressora, o estabilizador, e outros acessórios sempre que não estiverem em uso. 

 Crise hídrica e seus desdobramentos

A necessidade de redução no consumo se dá pelo fato de, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os principais reservatórios de hidrelétrica do país estarem com apenas 20,88% da capacidade total de armazenamento no início de setembro, nível mais baixo que em agosto de 2001, quando os reservatórios chegaram a 29,9%, levando ao racionamento de energia. Atualmente, a alerta de escassez exige o uso de usinas termelétricas para a preservação da água, o que representa aumento no valor da conta de luz, além de serem mais poluentes.

O encarecimento da tarifa de energia pôde ser percebido desde junho deste ano, período em que entrou em vigor a bandeira tarifária “Vermelha - patamar 2”, a mais cara desde então. No entanto, em menos de dois meses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criou uma nova bandeira denominada ‘‘Escassez Hídrica’’, com o valor da taxa extra de 14,20 reais pelo consumo de 100 kWh, representando aumento de 49,6% comparado ao valor anterior. A alteração entrou em vigor no dia 1º deste mês. 

Apesar do governo federal não considerar o racionamento de energia como opção, o cenário da crise pode se agravar e causar danos de longo prazo para a economia. De acordo com o relatório Focus, disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, o baixo reservatório de água e a instabilidade no setor de energia elétrica são os principais responsáveis pela inflação, ou seja, no aumento do valor dos produtos e serviços, além de apresentar risco para o desenvolvimento do Produto Interno Bruto (PIB), com previsão de retração da economia.  

Ações de enfrentamento 

No Campus Juiz de Fora, em 2020 foi instalado um novo sistema de iluminação do Campus que prevê redução em 35% do consumo anual de energia. Foram substituídos 2.649 pontos por lâmpadas de Led que gastam menos e iluminam mais. Para além da troca na iluminação, também houve a substituição de 3 equipamentos de condicionamento ambiental. O investimento foi de R$ 496.812,76, graças a uma parceria entre o IF Sudeste MG e a Cemig.

As ações de eficiência energética implementadas no ano passado, reverberam um retorno positivo neste ano. “Com a implementação de tais ações estima-se a economia anual de energia de até 240,00 MWh, que representa 36,9% do consumo de energia no ano de 2019”. Aponta Denis Ribeiro Maurício, Técnico Administrativo do Instituto. 

Para a conclusão da pós-graduação em Sustentabilidade na Construção Civil, o aluno Gustavo Ferreira Nunes Moura também apresentou uma proposta que prevê a redução no gasto de energia elétrica, economizando no uso de aparelhos de ar condicionado.  Seu estudo propôs a implementação de uma cobertura verde no telhado do bloco Q, no Campus Juiz de Fora, que atualmente encontra-se em fase de construção. 

Para além da necessidade de contornar a crise hídrica, é possível destacar alguns benefícios para todos os envolvidos no setor elétrico com medidas de redução do consumo. “Para os clientes ou unidades consumidoras, podemos destacar a melhor utilização dos recursos energéticos, além da inserção de uma cultura de combate ao desperdício de energia elétrica e, por fim, algo de maior destaque e valorização, a redução de despesas das faturas de energia elétrica”, finaliza Denis. 

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