Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Juiz de Fora > 2021 > 09 > O futuro já está na sua casa: "Contexto" traça um panorama sobre robôs domésticos no Brasil
conteúdo

Geral

O futuro já está na sua casa: "Contexto" traça um panorama sobre robôs domésticos no Brasil

Professor Márcio do Carmo, do Núcleo de Eletrônica e Automação, analisa como a indústria e o mercado brasileiro estão preparados para tais tecnologias.

A ficção do século passado previa que os anos 2000 chegariam com um grande salto para a humanidade, com viagens espaciais recorrentes e robôs que cuidariam de todas as esferas de nossa vida. Não se chegou a tanto, mas hoje temos uma grande variedade de aparelhos e recursos tecnológicos que automatizam processos e nos auxiliam cotidianamente, como os robôs domésticos. Este é o tema da editoria "Contexto" dessa semana. 

O professor Márcio do Carmo, do Núcleo de Eletrônica e Automação do Campus Juiz de Fora, comenta que robôs como a Rosie, da animação "Os Jetsons", ainda não existem, mas há diferentes protótipos que executam funções mais pontuais, como o caso dos robôs aspiradores de pó. Além disso, diversos aparelhos que antes eram mais simples, agora possuem muita tecnologia embarcada. É o caso de algumas máquinas de lavar, geladeiras, cafeteiras e mesmo lâmpadas. São objetos que trazem algoritmos que tentam aprender sobre nós , daí a ideia de inteligência artificial ou computacional, se optarmos por um termo mais técnico e menos romantizado. 

Tomando o aspirador robô como exemplo, Márcio explica que o equipamento possui circuitos eletrônicos que permitem executar programações pré-definidas e efetuar os ciclos de limpeza. “Basicamente, seu funcionamento envolve ler sensores, processar as informações dessas leituras e acionar motores. Além disso, há a execução de algoritmos de gestão da energia disponível na bateria do robô”. Em equipamentos mais avançados, ele acrescenta que há ainda a execução do mapeamento do ambiente em que o robô está localizado e retorno automático para a estação de recarga quando sua bateria fica em níveis baixos.

No Campus Juiz de Fora, professores e alunos discutem esses desafios e produzem conhecimento que contribui para o desenvolvimento de aparelhos do tipo. “Todas essas etapas estão fortemente relacionadas a conteúdos abordados em disciplinas de alguns dos nossos cursos técnicos e de graduação. Em particular, em relação ao curso de Engenharia Mecatrônica, já foram desenvolvidos alguns projetos de iniciação científica e de TCC em que algumas das características citadas foram estudadas e aplicadas, seja em robôs móveis, físicos ou simulados; ou em outros sistemas que acabam tendo grande similaridade no que se refere à lógica de funcionamento.

Nos últimos anos, o custo de equipamentos eletrônicos tem aumentado devido a uma escassez mundial de componentes eletrônicos, em particular de microprocessadores e microcontroladores. Um dos principais motivos é o aumento da demanda por computadores e outros equipamentos para uso em trabalho remoto durante a pandemia. Além dos equipamentos eletrônicos, esses robôs, como os aspiradores de pó que possuem algum nível de inteligência ou programação, utilizam baterias que também possuem custo relativamente elevado. 

Sobre os robôs com aparência humanoide, como imaginavam os filmes e literatura de ficção científica, Marcio acredita que não será uma tendência seguida pela indústria. “Penso que até pode existir, mas seria isso tão útil? Talvez seja mais viável ter robôs com aparências não tão humanas e mais funcionais.” Ele aponta que já há diversos protótipos para uso em tarefas domésticas como preparação de comida, limpeza da casa e para interagir com animais de estimação nos períodos em que os moradores da casa estão ausentes, por exemplo. “Em todos os casos, nada de aparência de humanoide. Isso fica mais para a ficção.”

 

registrado em: