Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Juiz de Fora > 2020 > 10 > Professor vence Prêmio Capes de Tese 2020 na área de Educação
conteúdo

Pesquisa

Professor vence Prêmio Capes de Tese 2020 na área de Educação

Wagner da Cruz Seabra Eiras, do Núcleo de Física, desenvolveu o trabalho “Protagonismo autônomo de crianças por meio de brincadeiras científicas investigativas na Educação em Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental”.

O trabalho de doutorado do professor Wagner da Cruz Seabra Eiras, do Núcleo de Física, foi o vencedor do Prêmio Capes de Tese 2020 na área de Educação. O resultado foi publicado nesta quinta-feira, dia 01, no Diário Oficial da União (DOU). "Esta conquista é um grande incentivo na minha carreira como professor e pesquisador em Educação em Ciências, pois é um indicativo da preocupação da CAPES com a formação científica das crianças". 

Intitulada  “Protagonismo autônomo de crianças por meio de brincadeiras científicas investigativas na Educação em Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, a pesquisa foi realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com orientação da professora Cristhiane Carneiro Cunha Flôr e coorientado pelo professor Paulo Henrique Dias de Menezes. A partir do estudo realizado sobre protagonismo infantil e da análise da participação das crianças nas atividades com brinquedos científicos, Wagner considerou que o protagonismo pode acontecer em dois níveis: orientado, quando a criança ocupa o papel principal em um acontecimento, a partir da orientação direta do adulto ou sujeito mais capaz; e  autônomo, quando ela exerce o papel principal num acontecimento, independente de uma orientação direta do adulto ou sujeito mais capaz.

Antes de ingressar no doutorado, o Wagner participou como conteudista de diversos cursos direcionados para professores de física da rede municipal de ensino de Juiz de Fora.  Ele conta que, em um primeiro momento, teve como foco as ações e reações dos participantes durante o desenvolvimento da nova metodologia com seus alunos. Mas o que chamou a atenção foi a atuação das crianças durante a realização das atividades, pois, através dos brinquedos científicos, elas se permitiam explorar o desconhecido sem se sentirem insuficientes.

Esse contato com as crianças fez o professor lembrar das brincadeiras da sua infância, onde ele era o protagonista, se sentindo capaz de alcançar até onde o desejo permitisse. Foi após esse momento de nostalgia que veio a tona uma pergunta que norteou o desenvolvimento de sua tese: “Por que a escola não aproveita o potencial de imaginação e criação das crianças através dos brinquedos e das brincadeiras, incentivando-as a serem protagonistas?” Para ele,  esse potencial, que é valorizado na Educação Infantil, vai sendo cada vez menos incentivado, levando-o à latência, até tornar-se inacessível frente às metodologias tradicionais de ensino no transcorrer da Educação Básica.

As brincadeiras científicas investigativas (BCI) foram formatadas para estimular o protagonismo autônomo das crianças, capacitando-as a se considerarem empoderadas, autônomas, habilitadas e qualificadas no enfrentamento de desafios. Assim, as crianças são incentivadas a questionar, argumentar, sugerir, idealizar, criar, entre outras ações normalmente exercidas por um sujeito ativo e participativo na sociedade. “Em consequência, isso ocasiona a elevação da autoestima das crianças, capacitando-as para o enfrentamento de desafios nas atividades escolares e na vida, uma vez que as experiências positivas vivenciadas na escola podem ser responsáveis pela construção de um cidadão ético, capaz, responsável, empático, generoso, corajoso, entre outras qualidades necessárias para uma sociedade mais justa e ética”, explica o professor.

 

registrado em: ,