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Processo Seletivo 2020-1: Atendimento especial traz novidades
O Sistema Braille foi criado por Louis Braille em 1825, na França, e constituiu-se, desde então, o meio natural de leitura e escrita para pessoas cegas em todo o mundo. São 64 sinais resultantes da combinação de 6 pontos, dispostos em duas colunas de 3 pontos. (Fonte: “Grafia Braille para a Língua Portuguesa”, 3ª edição, 2018.) #paracegover: Fotografia de três cadernos impressos em braille: dois volumes da “Prova em Braille” do Processo Seletivo 2020-1 do IF Sudeste MG e um da “Tabela Periódica dos Elementos Químicos”.
As provas do Processo Seletivo para o 1º semestre de 2020 do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais aconteceram nos dias 7 e 8 de dezembro. Houve 51 solicitações de atendimento especial, das quais 37 foram realizadas por candidatos público-alvo da educação especial.
Os editais do Processo garantem atendimento especial aos candidatos que comprovem a necessidade de algum recurso para a realização das provas, assegurando, assim, condições de acessibilidade às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Durante as provas, foram oferecidos serviços profissionais especializados e recursos de acessibilidade, entre eles: prova ampliada (para facilitar a leitura por pessoas com baixa visão, por exemplo), tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais – Libras, auxílio para transcrição (ajuda no preenchimento das provas objetivas e discursivas para participantes impossibilitados de escrever ou de preencher o cartão de resposta), mobiliário acessível, sala de fácil acesso, etc.
Uma novidade no atendimento especial deste ano foi a oferta, em caráter experimental, da prova impressa em braille a um candidato com deficiência visual. O edital ainda não prevê a oferta deste recurso de tecnologia assistiva, mas estuda-se a possibilidade de oferecê-lo em caráter oficial a partir do próximo processo seletivo.
A prova em braille obedece aos critérios de adaptação e transcrição das grafias e códigos do Sistema Braille e, durante a adaptação, procura-se sempre manter a fidelidade do texto original: adaptação de tabelas, quadros e gráficos, conforme a prova regular.
Além da prova impressa em braille, o candidato recebeu também o auxílio do profissional ledor, um serviço especializado de leitura da prova para pessoas com diferentes tipos de deficiência.
A prova ledor oferecida no nosso processo seletivo é totalmente adaptada, a fim de que a sua leitura seja fluida e realizada de forma integral, sem interferências pessoais. Todos os recursos visuais como gráficos, infográficos, figuras, tabelas, fórmulas, etc., foram descritos por uma banca de professores especialistas para que a intervenção do ledor seja a mínima possível durante a aplicação da prova.
Em função do movimento inclusivo na educação, o IF Sudeste MG, com o apoio da Pró-reitoria de Ensino (PROEN), da Direção de Processo Seletivo (COPESE) e da Coordenação de Ações Inclusivas (CAI), vem aprimorando os atendimentos diferenciados e específicos para os candidatos que possuem necessidades especiais, a fim de garantir equidade, autonomia de execução e igualdade de oportunidade a este público.
"O objetivo do atendimento especializado é eliminar as barreiras que impedem a autonomia do candidato em decidir, sem interferir, sugerir ou influenciar na sua decisão; é dar isonomia dentro das diferenças. Mesmos direitos, mesmos deveres, mesmas oportunidades", explica Fernanda Christina dos Santos, Revisora de Textos em Braille da Coordenação de Ações Inclusivas (CAI).
Reserva de vagas na pós-graduação também é novidade
Outra novidade aconteceu no Processo Seletivo 2020/1 dos cursos de pós-graduação do IF Sudeste MG. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) regulamentou que, a partir deste ano, os cursos de pós-graduação adotarão ações afirmativas para a inclusão da população negra, indígena e pessoas com deficiência, com a reserva de 20% das vagas para este grupo.
Ações afirmativas são medidas especiais de políticas públicas e/ou ações privadas que pressupõem uma reparação histórica de desigualdades e desvantagens acumuladas e provocadas pela discriminação racial, étnica, religiosa, de gênero ou por deficiência física. Essas medidas aumentam e facilitam o acesso desses grupos, garantindo a igualdade de oportunidade.