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Campus Santos Dumont aprova pesquisa sobre inspeção ferroviária no CNPq

Professores Fernando Caneschi e Philipe Pacheco pretendem trabalhar em nova técnica para inspeção de trilhos

O Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) está entre as instituições com trabalhos aceitos pelo edital universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O resultado da chamada nº 28 de 2018 indica como aprovada a proposta dos professores Fernando Caneschi e Philipe Pacheco, do Campus Santos Dumont. O apoio do CNPq ao estudo, que investigará um novo método de inspeção de trilhos ferroviários, representa um importante passo para as formações da área no IF: a graduação em Engenharia Ferroviária e Metroviária, criada em 2018, e o já tradicional curso técnico em Manutenção de Sistemas Metroferroviários.

O trabalho "Aplicação do Phased Array na inspeção de trilhos ferroviários" tem início previsto para março de 2019. A inspeção de trilhos é fundamental para identificar eventuais falhas que poderiam causar acidentes ferroviários. O Array é um tipo de transdutor que contém elementos separados em uma única estrutura, transformando energia em ondas de ultrassom. A proposta é utilizar o equipamento para a inspeção, o que de acordo com os professores pode tornar o processo mais eficiente.

"A ideia surgiu um ano atrás, quando estávamos promovendo um treinamento na Rumo (Logística, na unidade de Ponta Grossa, no Paraná)", relatou Philipe, que é coordenador da Engenharia Ferroviária e Metroviária do Campus Santos Dumont, "e os funcionários comentaram que não havia muito material sobre inspeção por ultrassom. Conversamos: 'precisamos fazer'. Escrevemos no início do ano e esperamos abrir uma oportunidade. Quando veio o edital do CNPq, não tínhamos nada a perder. Quando recebemos o resultado, ficamos satisfeitos por ajudar a implementar essa cultura de pesquisa no campus. E estamos trazendo para o IF recursos de fora".

 

Treinamento ministrado pelos professores Fernando e Philipe em Ponta Grossa, no Paraná

Caso a eficiência da técnica seja comprovada, o projeto abre a possibilidade de uma patente. A pesquisa é também interdisciplinar, por ter elementos da Engenharia Civil (campo profissional do professor Fernando Caneschi), com a via permanente, e da Engenharia Mecânica (âmbito em que atua o professor Philipe Pacheco), na fabricação de trilhos.

"Nós pedimos transdutores e bibliografia, que são normas internacionais às quais não tínhamos acesso, além de material de custeio. São equipamentos que vão complementar os que já temos e que também poderão ser aproveitados em laboratórios e aulas práticas. Outro ponto importante serão as publicações, ainda raras nesta área. Podemos trabalhar com revistas internacionais", afirmou Philipe.

A inspeção por ultrassom é amplamente utilizada no mundo, mas a nova técnica proporcionaria melhores condições para a visualização de imperfeições na via permanente. "Hoje há muita área de sombra na leitura, impossibilitando a visualização na inspeção. Nossa ideia é reduzir essa proporção de sombra, melhorando a qualidade de inspeção em relação ao que existe hoje no mundo. O objetivo maior é minimizar acidentes", explicou Fernando.

"Da forma como é feita a inspeção dos trilhos hoje, ele tem uma distribuição de pequenos leitores que se dispõem sobre o trilho, para dizer de uma maneira mais simples. Pretendemos mudar esse tipo de leitor e, consequentemente, o posicionamento dele ao longo da leitura. Geraria um produto novo. Mas por enquanto é apenas uma proposta. Queremos comprovar se é eficaz", concluiu.

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