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Combate ao coronavírus: Professora desenvolve projeto sobre gerenciamento adequado dos resíduos sólidos domésticos

Projeto de Extensão que tem como objetivo a orientação e sensibilização dos pacientes com suspeita clínica ou confirmação diagnóstica de contaminação pelo novo coronavírus quanto ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos domésticos gerados em isolamento domiciliar.

Ana Carolina Moraes Campos, professora do Campus Barbacena, está coordenando um Projeto de Extensão que tem como objetivo a orientação e sensibilização dos pacientes com suspeita clínica ou confirmação diagnóstica de contaminação pelo novo coronavírus quanto ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos domésticos gerados em isolamento domiciliar. A demanda surgiu  a partir de algumas prefeituras da região que solicitaram ao IF Sudeste MG orientações técnicas à respeito do assunto. Além disso, foi feita também uma solicitação pelo Comitê Central de enfrentamento ao COVID-19 do IF Sudeste MG para a elaboração de um informe técnico.O projeto prevê intervenções educacionais realizadas pela equipe do IF Sudeste e parceiros do projeto (Secretarias Municipais de Saúde) diretamente aos profissionais de saúde, que farão a orientação dos pacientes suspeitos durante atendimento, utilizando como materiais de apoio a confecção de um folheto explicativo e a distribuição de kits para que estas pessoas possam realizar o descarte adequado dos resíduos gerados, contendo sacos plásticos adequados, luvas e lacres.

Execução

O projeto será realizado em quatro etapas. A primeira será focada na elaboração do material explicativo, em parceria com o Comitê Central. A segunda etapa será a orientação aos profissionais de saúde e distribuição dos materiais nas unidades de atendimento dos municípios atendidos pelo projeto. Em seguida, na terceira etapa, será aplicado um questionário de percepção ambiental dos profissionais de saúde e de alguns pacientes durante o monitoramento de sua evolução clínica, abordando questões relacionadas a educação em saúde e proteção ambiental, aprovado pelo Comitê de Ética do IF Sudeste. Na quarta e última etapa será feita tabulação dos dados para análises estatísticas posteriores, elaboração do relatório final e apresentação dos resultados obtidos em eventos científicos e de extensão. A orientação e entrega dos kits serão feitas durante o atendimento do paciente que procurar uma unidade de saúde nos municípios atendidos pelo projeto, diretamente pelos profissionais. “O trabalho será feito via ferramentas digitais, não havendo necessidade de expor os bolsistas ou a equipe executora ao risco de infecção pelo vírus. Além disto, a identificação dos pacientes será feita pelas Secretaria de Saúde, sob sigilo.”, ressalta a professora.Devido à suspensão de atividades presenciais na instituição e a necessidade de distanciamento social, a professora conta que resolveu desenvolver o projeto onde mora, na cidade de Santa Cruz de Minas, que se encontra entre São João del-Rei e Tiradentes, com o objetivo de contribuir para o enfrentamento e difusão de informações sobre a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da disseminação do novo agente do coronavírus.“Faço parte também do Grupo de Ensino e Pesquisa em Enfermagem e Saúde (GEPES) do Campus São João del-Rei e conto com a colaboração de diversos professores especialistas na área. Nosso grupo de estudos aprovou vários projetos de extensão no Edital 06/2020 PIAEX, com o objetivo de combater a pandemia na região.”, conta. 

Mas afinal, quais são as orientações?

Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), todos os resíduos produzidos pelo paciente em isolamento no domicílio e por quem lhe prestar assistência, caso suspeito de infecção pelo novo agente do coronavírus, devem ser separados, colocados em sacos de lixo resistentes e descartáveis, fechados com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de sua capacidade. Este saco deve ser colocado dentro de outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionados em sacos duplos, bem fechados e identificados, para não causar nenhum risco ocupacional aos trabalhadores da coleta de resíduos do município e nem para o meio ambiente. Posteriormente, os resíduos devem seguir normalmente para o serviço público de coleta de resíduos urbanos do município e disposto em aterro sanitário, nunca em um lixão ou vazadouro a céu aberto. 

Se o paciente tiver o diagnóstico de infecção confirmado e contar com o acompanhamento de um prestador de serviço de saúde, propõe-se a utilização dos sacos brancos leitosos com lacre e o símbolo de infectante para acondicionar estes resíduos. Os resíduos contaminados com o novo coronavírus são classificados como resíduos de serviços de saúde (RSS) do Grupo A (subgrupo A1). O projeto disponibilizará um segundo kit com o saco adequado para que estas pessoas possam descartar seus resíduos adequadamente, através do prestador de serviço de saúde que faz o acompanhamento do paciente em seu domicílio, adequados para a tipologia de resíduo perigoso (RSS – grupo A1). A coleta e tratamento devem ser adequados para esta tipologia de resíduo especial, de acordo com as normas da ANVISA.  

Por fim, Ana Carolina ressalta sobre a importância de esclarecer as dúvidas sobre o assunto. “Considerando a possível sobrevida do novo coronavírus em superfícies, objetos e também em águas residuárias, conforme apontam alguns estudos, a gestão e o gerenciamento adequado de resíduos sólidos domiciliares gerados por pessoas com suspeita clínica ou certeza diagnóstica de infecção pelo vírus em isolamento domiciliar é extremamente importante para evitar o aumento da propagação do vírus e a contaminação dos recursos naturais, sendo um importante passo de mitigação dos riscos desta pandemia, visando garantir a proteção da saúde pública e prevenir a disseminação da doença.”

Texto: Marcela Souza Revisão: Coordenação de Comunicação

 

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