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Estudo analisa barreiras e possibilidades da inclusão de alunos autistas no ensino técnico

O trabalho foi realizado por Maria José Batista no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (Prof-EPT), que conduziu um estudo de caso no curso técnico em Eletrotécnica do Campus JF.

"A Inclusão de Alunos Com Transtorno do Espectro Autista no Ensino Técnico: Um Estudo de Caso no curso Técnico em Eletrotécnica, IF Sudeste MG - Campus Juiz de Fora" é o título da dissertação de Maria José Batista, pedagoga da rede de ensino de Rio Pomba, no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (Prof-EPT) do IF Sudeste MG.  O trabalho ofertou esclarecimentos sobre o tema a todos que convivem com estudantes com TEA, para que possam aprimorar as práticas educativas no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica, fazendo com que as diferenças desses alunos, e não somente deles, sejam contempladas.

De acordo com Maria José, a pesquisa consistiu em um estudo de caso realizado por meio de uma análise qualitativa, dividida em três fases. A primeira foi realizada através de uma análise documental. Já na segunda  foram realizadas entrevistas individuais com os professores, coordenador do curso e responsável pelo aluno com TEA. Todos foram questionados sobre quais foram os pensamentos/sentimentos ao saber que teriam um aluno com o Transtorno do Espectro Autista na turma, se receberam alguma orientação/capacitação sobre o transtorno, quais eram os desafios no dia a dia de sala de aula, conhecimento das ações que o Núcleo de Ações Inclusivas (NAI) desenvolve no campus, como é a participação da família neste processo de inclusão e como avaliam o processo de inclusão de alunos TEA nesta instituição de um modo geral.

E na terceira fase foi aplicado um questionário para os estudantes de uma turma do curso que apresentava um estudante diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista de nível II, faixa intermediária do autismo, no que se refere à gravidade dos sintomas e à necessidade de suporte. Foi questionado se eles sabiam o que é Inclusão Escolar, se já tinham auxiliado algum colega com deficiência a realizar alguma atividade em sala, quais são as barreiras que os estudantes com autismo enfrentam no curso, a inclusão de um aluno (a) com deficiência no ensino Técnico Profissional traz benefício para quem, quais as possibilidades que colaboram para que Inclusão realmente aconteça. Além disso, foi perguntado se eles conheciam o NAI do campus e se eles acreditavam que este núcleo tem atendido satisfatoriamente os alunos que dele necessitam. Por fim, eles responderam se tinham alguma sugestão de algo que poderia ser criado ou implementado para obtenção da melhoria da inclusão de alunos com deficiência.

O resultado da pesquisa feita mostrou algumas barreiras para a inclusão de estudantes com TEA no ensino técnico, além de apontar possibilidades para superá-las. Segundo a pedagoga, a falta de capacitação e qualificação de servidores pode ser superada através de palestras educativas semestrais sobre o tema e fazer do Plano Educacional Individualizado (PEI) dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE)  um instrumento de inclusão, no sentido de que haja o acompanhamento, o registro e o encaminhamento de ações dos diversos setores à especificidade relatada, tanto pelo docente, como pela equipe multidisciplinar que assiste o estudante.

Além disso, Maria  José explica como superar a falta de conhecimento dos professores sobre o TEA, outra barreira encontrada para a inclusão de alunos com o transtorno. “Para superar essa barreira é necessário buscar informações sobre o transtorno. Sabemos que nenhum autista é igual ao outro, mas é importante saber sobre o nível de autismo que esse aluno apresenta, se ele é hiper ou hipo sensível, se tem algum hiperfoco e o que pode gerar uma crise, todas essas informações são importantes”.

 

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