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172 anos de Juiz de Fora: Uma viagem pela história da educação na cidade

Os professores Jefferson de Almeida e Rogério Rezende, do Núcleo de História, discutem a importância cultural e educacional do município para a região.

31 de maio de 2022: dia de comemorar o aniversário de 172 anos de Juiz de Fora. Uma história fascinante e marcada por fatos pioneiros em Minas Gerais, no Brasil e até mesmo na América do Sul. São curiosidades que ainda hoje marcam o cotidiano de nossa cidade, mas que muitos juiz-foranos nunca ouviram delas falar. Podemos analisar essa trajetória sob vários ângulos, mas optamos por focar naquilo que consideramos a sua maior vocação: educar. Convidamos os professores do Núcleo de História Jefferson de Almeida e Rogério Rezende para criarmos um levantamento sobre a história da educação no município, que até hoje atrai muitos estudantes para suas escolas, colégios e faculdades. 

Juiz de Fora, já no início do século XX, era um polo econômico e cultural na região, contando com os principais jornais do estado, teatros, revistas, cinemas e confeitarias, que eram tidas como símbolos de civilidade na época. A cidade tinha um parque industrial e mercado de oportunidades variado para a população, com sedes de bancos, companhias têxteis, companhia elétrica, laticínios, cervejarias, olarias e metalúrgicas. Essa efervescência manteve-se, de certa forma, ao longo das décadas seguintes, ao ponto de Juiz de Fora ser elogiada como “Europa dos Pobres”.

Toda essa variedade refletia-se na dinâmica educacional da cidade, atraindo muitos estudantes para o município. Antes mesmo das instituições de ensino, já existiam professores atuando de maneira autônoma em Juiz de Fora, como foi o caso do professor Sampaio, que lecionava próximo às imediações onde, hoje, é a Rua Sampaio, no Bairro Granbery.

Inicialmente, as escolas elementares eram, em sua maioria, particulares. Não existia ainda uma rede pública de ensino consolidada como percebemos nos dias atuais. “Ainda no Império, é possível identificar a escola Agrícola União & Indústria, mantida pela Companhia União & Indústria. Esta pode ser considerada a primeira escola técnica do Brasil”, relata Jefferson. Ele conta que outras escolas passaram a surgir a partir de 1989, com a passagem para o período republicano. São os casos do Ginásio Granbery,  da Academia de Comércio e da Escola Normal Oficial, por exemplo. “Nesse período, também tiveram destaque as escolas confessionais, aquelas ligadas à Igreja Católica, como o Colégio Santa Catarina, o Stella Matutina e o Colégio Sion, que logo deixou a cidade.”

Muitas dessas instituições ainda existem e estão em funcionamento até hoje, como o Colégio Granbery, o Colégio Cristo Redentor (antiga Academia de Comércio), o Stella Matutina, o Colégio Machado Sobrinho, o Grupo Delfim Moreira (que passa atualmente por processo de restauração), a Escola Normal (atual Instituto Estadual de Educação), a Escola Estadual Fernando Lobo, entre outras.

“Todas as escolas foram importantes, pois atraíam alunos para a cidade e muitas funcionavam como internatos”, explica Rogério. “Isso era um facilitador para os estudantes da região, que tinham que se estabelecer no centro urbano. Existiam ainda famílias que compravam casas nas imediações para que seus filhos pudessem permanecer por aqui enquanto estudavam.” 

As várias reformas educacionais que ocorreram ao longo do século XX foram articuladas com as necessidades educacionais do país, e, nesse sentido, a base já existente em Juiz de Fora colaborou para que a cidade aumentasse cada vez mais sua referência como polo educacional. Na década de 1960, várias faculdades existentes no município foram reunidas para formar a Universidade Federal de Juiz de Fora. A Escola Técnica de Engenharia passou a fazer parte da instituição, passando a se chamar Colégio Técnico Universitário (CTU-UFJF), que antecedeu o Campus Juiz de Fora do IF Sudeste MG. 

A oferta do ensino superior público na região foi importante para o desenvolvimento da cidade e responsável por um fluxo contínuo de pessoas, que vinham de diferentes lugares e traziam consigo suas culturas. Com a expansão do ensino público brasileiro, a partir dos anos 1990 aumentou-se o número de vagas também na rede particular. Essa equação mudou somente no final da primeira década do século XXI, e o IF Sudeste MG é reflexo disso, escrevendo novas páginas para a história do ensino na cidade. 

“O Campus Juiz de Fora é sucessor do Colégio Técnico Universitário, de forma que a tradição escolar de hoje traz uma memória dessa antiga instituição. O Instituto Federal foi importante para a cidade por ser a primeira instituição pública de ensino superior da região desde a criação da UFJF, sendo mais uma alternativa para onde as famílias  poderiam remeter seus filhos para continuarem seus estudos”, finaliza Jefferson.

Acesse também o vídeo comemorativo dos 172 anos de Juiz de Fora em nosso canal do Youtube

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