Pesquisa
Servidora conclui mestrado traçando um diagnóstico do curso de Transações Imobiliárias
O curso técnico de Transações Imobiliárias do Campus Juiz de Fora foi tema do mestrado profissional da servidora técnica-administrativa Rosana Porto, do Departamento de Educação e Tecnologia. Ela realizou um estudo de caso a partir de um levantamento bibliográfico e de entrevistas com professores, coordenadores e alunos, resultando em um diagnóstico da estrutura curricular e o encaminhamento dos estudantes para o mercado de trabalho.
Rosana é servidora do Instituto há 10 anos e conta que escolheu este tema para seu mestrado por ver a dificuldade de alguns alunos em concluir seus estudos. “Eu trabalhei muito com alunos carentes e entendo que a educação é a melhor ferramenta para a transformação social. O curso de Transações Imobiliárias do Campus Juiz de Fora é um curso modular, em que em apenas um ano a pessoa adquire uma profissão. E eu o escolhi justamente por isso, por essa capacidade de mudar a realidade dos estudantes em um tempo relativamente curto.”
Como metodologia, ela empregou uma pesquisa quali-quantitativa, em que gravou entrevistas com professores, coordenadores e profissionais do mercado, utilizando técnicas de análise do discurso nas falas obtidas. Rosana também enviou formulários semiestruturados para os alunos e egressos do curso e, após a coleta do material, começou um estudo para triangular os dados obtidos.
“É um curso muito atual, dinâmico e prepara o que as pessoas precisam para o mercado de trabalho”, relata. Ela verificou que o Campus Juiz de Fora é a única instituição que oferece um curso de transações imobiliárias público, gratuito e presencial na região Sudeste do país. Dentre os alunos egressos dos últimos três anos, 50% hoje trabalham na área de formação, com 40% tendo demorado cerca de seis meses para ingressar no mercado de trabalho. Também foram 50% os ex-alunos que continuaram sua formação após a passagem pelo Instituto, sendo 25% na própria área de atuação.
Mesmo com esses aspectos, Rosana também identificou pontos que podem ajudar o curso a ser melhor e alcançar mais pessoas. “Uma sugestão é implementá-lo na modalidade tecnólogo, que tem a duração de dois anos e permite um maior aprofundamento em certas questões, e implementar também as especializações pós-técnicas, em vista da alta procura por especialização de nossos egressos.” Outro ponto identificado a partir dos entrevistados é de que ele ainda é pouco conhecido perante a comunidade. “Em vista disso, tive a ideia de organizar um e-book com informações gerais sobre a matriz curricular e os resultados da pesquisa. Por ser um material online, ele contribui para uma divulgação mais ampla, chegando a mais pessoas”. O e-book pode ser acessado neste link.
Rosana cursou seu mestrado profissional ProfEPT no Campus Rio Pomba do IF Sudeste MG, com orientação do professor Adriano Reder de Carvalho. O ProfEPT é um programa de pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica (EPT) que visa a capacitação de servidores em sua área de atuação. De acordo com o Ministério da Educação, ele amplia a qualificação dos trabalhadores ao mesmo tempo que valoriza a EPT no país. Rosana conta que a pós-graduação foi um divisor de águas para sua carreira.
“Foi uma experiência enriquecedora que mudou completamente minha visão. Pude estudar a fundo a educação do Brasil, principalmente a EPT, que teve sempre um viés de tirar as pessoas da pobreza, e agora vemos isso começar a mudar, com a criação dos IFs.” Ela enxerga como muito positivo um modelo de ensino omnilateral e emancipador, que forma mais que um profissional, mas um cidadão. “Agradeço imensamente ao IF pela oportunidade do mestrado, oferecido com tanta qualidade e de maneira gratuita, o que ressalta ainda mais o valor da educação pública em nosso país”, completa.