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Aula inaugural da pós discute Educação para Humanização
Trinta estudantes – sendo vários deles profissionais da Educação já há algum tempo – se dedicam, desde o último fim de semana, ao debate e ao aprendizado de saberes que podem transformar os ambientes de ensino em ferramentas eficientes e atrativas para os alunos. A pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea do Campus Santos Dumont teve sua aula inaugural na noite de sexta-feira (16 de agosto) e suas primeiras atividades em sala no sábado. A especialização do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais é a primeira oferecida gratuitamente no município.
Na aula inaugural, a professora do IF Sudeste MG Bia Possato ministrou a palestra “Educação para Humanização”. A fala da professora Bia, que é doutora em Educação, girou em torno da oposição entre o ensino dialogal (que atribui a professor e aluno o papel de “sujeitos” do processo de aprendizagem) e o ensino “bancário” (aquele em que o professor simplesmente “deposita” o conhecimento).
Assim, a relação entre educadores e discentes deve ser horizontal, aceitando que o professor aprende ao ensinar e que o estudante ensina ao aprender. “Essa pedagogia está completamente alinhada ao contexto contemporâneo”, afirmou o coordenador da pós, professor Tiago Fávero, “em que o estudante é sujeito, não aceita mais qualquer tipo de relação didática”.
“A educação 'bancária', por mais que ela ainda seja muito presente na realidade escolar, é muito mal aceita. Os estudantes hoje querem ser protagonistas, e é por isso que entendemos que não haveria maneira melhor para abrir a Especialização em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea”, completou Tiago. O diretor-geral do Campus Santos Dumont, professor André Diniz, também compareceu ao evento. Para ele, a oferta da pós é, também, uma forma de o IF Sudeste MG devolver às outras instituições de ensino, contribuindo com a capacitação continuada de seus professores, parte da colaboração que elas prestam à escola federal por meio da formação dos alunos que eventualmente passam a estudar no Instituto.
Mas a pós-graduação não traz ensinamentos acessíveis ou mesmo aplicáveis apenas para professores. O cineasta sandumonense João Rabello também decidiu cursar a especialização e já tem várias ideias. “Eu encontrei a Educação como objeto de trabalho. Às vezes uma personagem que era professora, um estudo de EJA (Educação de Jovens e Adultos), o meu primeiro trabalho, chamado 'Mundo Escolar', que tratou da Educação na Finlândia, no Chile, referências de novos modelos de ensino. E depois também eu passei a frequentar escolas para ensinar e discutir audiovisual com crianças, num sentido mais oficineiro”, explicou o cineasta.
“Então, o audiovisual é uma ferramenta inicialmente acessória do professor, no sentido de dar mais dinamismo a uma aula. Um professor que conhece um pouco de audiovisual pode fazer isso e conquistar mais a atenção dos alunos. Num segundo momento, também para o aluno pensar mais a imagem mesmo. Antes de aprender a falar, você está exposto a um grande número de imagens, em vídeos, televisão, só que de uma maneira passiva. Um terceiro momento é transformar esses indivíduos em autores, capazes de produzir discursos audiovisuais, uma das principais formas de comunicação do nosso tempo”, concluiu João.