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Estudantes de Matemática desenvolvem produtos educacionais inclusivos com materiais recicláveis

Projeto de ensino "Reciclática" promoveu abordagem interdisciplinar e envolveu diversos colaboradores
#pratodosverem: Imagem mostra estudantes do IF Sudeste MG conhecendo o trabalho desenvolvido para representar o Diagrama de Venn. O aluno Alan Moura está verificando as diferentes texturas dos materiais utilizados.

#pratodosverem: Imagem mostra estudantes do IF Sudeste MG conhecendo o trabalho desenvolvido para representar o Diagrama de Venn. O aluno Alan Moura está verificando as diferentes texturas dos materiais utilizados.

Embalagens de ovos podem ajudar no aprendizado sobre o Plano Cartesiano? Definitivamente sim, da mesma forma que vários outros materiais recicláveis com diferentes texturas e funções valem muito na hora de confeccionar ferramentas didáticas para a Matemática. Essa é a proposta do projeto de ensino “Reciclática: reciclando com a Matemática”, que teve seus produtos educacionais apresentados na noite da última terça-feira (27), no Bloco 1 do Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG. 

Cinco grupos da turma do 1º período da Licenciatura em Matemática desenvolveram jogos que estimulam a criatividade e o aprendizado da disciplina. Adaptados a estudantes com necessidades educacionais especiais, seja por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou da diferenciação de superfícies, eles são úteis e estimulantes para todos os alunos. Durante o processo de confecção, foram consideradas as opiniões de discentes de outros cursos do IF Sudeste MG, a exemplo de Alan Moura (curso técnico em Administração), que é pessoa com deficiência visual, e da aluna surda Maria Laysa Menezes (curso técnico em Guia de Turismo integrado), colaboradores voluntários do projeto que contribuíram decisivamente com a qualidade dos produtos.

“Eu não sou a primeira e não serei a última pessoa com deficiência a frequentar os pátios e salas de aula do IF. Então fico feliz com esse empenho em cada vez mais melhorar as condições do ensino. Para mim foi muito importante ter participado e ter sido ouvido. Os grupos mostraram bastante sensibilidade em relação à inclusão”, avalia Alan. 

As ferramentas desenvolvidas foram o Plano Cartesiano, o Diagrama de Venn (forma de representar graficamente um conjunto), uma roleta de operações matemáticas que permite a criação de equações, um jogo com dados para formular expressões algébricas e um dominó com representações geométricas associadas a representações fracionárias. Os jogos foram concebidos para atender estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. 

“Futuramente os professores de Matemática formados pelo IF Sudeste MG atenderão, no âmbito da Educação Básica, alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio”, explica o professor José Ronaldo de Araújo, um dos responsáveis pelo projeto Reciclática. “Então pensamos em produtos educacionais que dessem esse significado à produção deles, até porque são alunos da Licenciatura que atuam em programas como o Pibid e a Residência Pedagógica.” 

Para a aluna Débora Garcia, que trabalhou no Diagrama de Venn utilizando materiais de diferentes texturas, foi uma experiência desafiadora que valeu a pena. “Usamos materiais recicláveis, aproveitamos o que seria descartado e tornamos o conteúdo acessível para que pessoas com necessidades educacionais especiais desenvolvessem seu aprendizado na disciplina. E, claro, precisamos trabalhar em ferramentas que oferecessem aos estudantes algo que fizesse sentido no contexto do ensino da Matemática”, relata.

 “O mais importante é dar um destino ao que seria descartado. Adequadamente higienizado, este material é muito valioso para nós. Fizemos uma pesquisa prévia e, a partir de ideias compartilhadas na disciplina 'Ensino, Meio Ambiente e Sociedade', selecionamos o que iríamos utilizar”, contextualiza a professora de Biologia Iara Novelli, também responsável pelo projeto. 

“A gente pensa a inclusão para todos, e não apenas para as pessoas com deficiência”, lembra a coordenadora Aline Loli. “Todos nós temos alguma dificuldade no processo de aprendizagem. Percebemos que, quando preparamos um material pensando numa deficiência específica, conseguimos contemplar a sala de aula inteira, porque os outros alunos que apresentam qualquer dificuldade encontram um caminho para aprender aquele conteúdo a partir da brincadeira, de um material texturizado, concreto, que é preparado com um determinado objetivo e acaba tomando uma proporção muito maior”. 

São bolsistas do projeto Sônia Maria Pereira (Graduação) e Maria Fernanda Neves (Médio/Técnico), que acompanharam todas as etapas do processo.

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