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Projeto do IF Sudeste-MG e UFSJ alerta para a importância do isolamento social

Site criado por professores faz simulações da necessidade de internações hospitalares em diferentes cenários de isolamento social nas cidades brasileiras

Recém completada seus 40 anos, a Olimpíada Brasileira de Matemática teve como tema em 2020 “Matemática e música”. A ideia dos organizadores é mostrar, ao longo desses anos, que a matemática está em tudo e tem aplicações práticas em diversas áreas de conhecimento.

 

Em tempos da pandemia COVID-19, um grupo de professores do IF Sudeste MG- Campus São João del-Rei e da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei) desenvolveram um projeto que permite usar conhecimentos de cálculos matemáticos e de programação para simular cenários para cada cidade sobre a expansão de casos de coronavírus e necessidades de leitos hospitalares no período de pico da doença.

 

A página https://covid-19.ufsj.tech/ foi construída tendo como suporte, resultados de um trabalho publicado em 26 de março no Imperial College London, conhecido como modelo de Walker (nome de um dos estudiosos). Trata-se de simulações matemáticas que utilizaram dados que ilustram, da melhor forma possível, a realidade de cada país. Os autores modelaram várias expectativas em termos de número de infectados, internados, internados em estado crítico e mortos para todos os países do mundo.

Segundo a imprensa mundial, foi graças ao resultado deste estudo que governantes como Donald Trump e Boris Johnson mudaram suas posturas de combate ao COVID-19, tomando medidas mais efetivas como o distanciamento social e incremento financeiro à saúde e aos mais necessitados.

“A proposta de construção do site surgiu da ideia de popularizar dados de ciência e, neste caso, divulgar os dados para toda população brasileira, de forma rápida para auxiliar os secretários de saúde das cidades a se posicionarem melhor perante a sociedade e tomarem as medidas mais adequadas para o combate à pandemia de Covid-19”, explica Professor Celso Luiz de Souza do IF Sudeste – MG Campus SJDR que participa do projeto junto a Professora Carla Fabiana Gouvea Lopes.

Celso explica que em parceria  com os professores Dárlinton Barbosa Feres Carvalho e Anderson Oliveira Latini da UFSJ e apoio da Daniela C. Resende , o trabalho foi desenvolvido em tempo recorde. Eles se reuniram no dia 28 de março, no sábado e iniciaram os trabalhos a análise dos modelos publicados pelo Imperial College London. O site https://covid-19.ufsj.tech foi lançado já no dia 1 de abril, quarta-feira, por meio do endereço disponibilizado pelo Professor Dárlinton do departamento de Computação da UFSJ. “O que fizemos foi a transposição para municípios brasileiros, baseada nos resultados dos modelos e a divulgação do material on line com linguagem acessível” reforça Celso.

Basicamente, o site apresenta dois cenários para cada município. Levando-se em conta a população de cada local, calcula potencialmente o número de infectados e leitos hospitalares e de UTI necessários em cada cenário. No cenário intitulado “Gatilho 1ª”, os resultados consideram uma política com isolamento social precoce, quando os casos de morte não ultrapassam 0,2 para cada 100 mil habitantes. Já o cenário “Gatilho 2ᵇ”, os resultados consideram uma ação tardia de isolamento social, quando os números de mortos ultrapassam 1,6 para cada 100 mil. O quadro abaixo mostra a simulação para a cidade de São João del-Rei.

site COVID 19

 

Um alerta do site. Se o número de leitos no município é menor que os apresentados no estudo, isso demonstra a necessidade de organização do mesmo para receber este volume previsto sem que o sistema de saúde local entre em colapso.  Realizado de forma voluntária, Professor Celso garante “Nosso objetivo foi contribuir com a percepção das pessoas a respeito dos diferentes impactos sociais em relação ao momento de início de isolamento social rigoroso.”

Percebe-se assim, pelos números, que o isolamento social tem resultados efetivos de redução de casos e, principalmente, necessidade de leitos de UTI para os casos mais graves. Se a matemática está em tudo e faz parte do nosso cotidiano, ela também nos ensina que, nesse momento, o melhor é ficar em casa.

 

 

 

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