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Tese de professor de Física é indicada a prêmio da Capes

Trabalho finalizado em 2019, discorre sobre o incentivo ao protagonismo autônomo de crianças do ensino fundamental, através de brincadeiras científicas investigativas.

Wagner da Cruz Seabra Eiras, professor do Núcleo de Física, teve a sua tese de doutorado “Protagonismo Autônomo de Crianças Por Meio de Brincadeiras Científicas Investigativas na Educação em Ciências Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental”, indicada ao Prêmio Capes de Tese. A recomendação foi feita pelo colegiado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde ele obteve a titulação. O resultado está previsto para setembro e a premiação deve ocorrer em  dezembro. 

A Comissão de Avaliação destacou a qualidade e o mérito do trabalho, orientado pela professora Cristhiane Carneiro Cunha Flôr e coorientado pelo professor Paulo Henrique Dias de Menezes,especialmente no que se refere à originalidade.  A partir do estudo realizado sobre protagonismo infantil e da análise da participação das crianças nas atividades com brinquedos científicos, Wagner considerou que o protagonismo pode acontecer em dois níveis: orientado, quando a criança ocupa o papel principal em um acontecimento, a partir da orientação direta do adulto ou sujeito mais capaz; e  autônomo, quando ela exerce o papel principal num acontecimento, independente de uma orientação direta do adulto ou sujeito mais capaz. 

Antes de ingressar no doutorado, o Wagner participou como conteudista de diversos cursos direcionados para professores de física da rede municipal de ensino de Juiz de Fora.  Ele conta que, em um primeiro momento, teve como foco as ações e reações dos participantes durante o desenvolvimento da nova metodologia com seus alunos. Mas o que chamou a atenção foi a atuação das crianças durante a realização das atividades, pois, através dos brinquedos científicos, elas se permitiam explorar o desconhecido sem se sentirem insuficientes.

Esse contato com as crianças fez o professor lembrar das brincadeiras da sua infância, onde ele era o protagonista, se sentindo capaz de alcançar até onde o desejo permitisse. Foi após esse momento de nostalgia que veio a tona uma pergunta que norteou o desenvolvimento de sua tese: “Por que a escola não aproveita o potencial de imaginação e criação das crianças através dos brinquedos e das brincadeiras, incentivando-as a serem protagonistas?” Para ele,  esse potencial, que é valorizado na Educação Infantil, vai sendo cada vez menos incentivado, levando-o à latência, até tornar-se inacessível frente às metodologias tradicionais de ensino no transcorrer da Educação Básica.

As brincadeiras científicas investigativas (BCI) foram formatadas para estimular o protagonismo autônomo das crianças, capacitando-as a se considerarem empoderadas, autônomas, habilitadas e qualificadas no enfrentamento de desafios. Assim, as crianças são incentivadas a questionar, argumentar, sugerir, idealizar, criar, entre outras ações normalmente exercidas por um sujeito ativo e participativo na sociedade. “Em consequência, isso ocasiona a elevação da autoestima das crianças, capacitando-as para o enfrentamento de desafios nas atividades escolares e na vida, uma vez que as experiências positivas vivenciadas na escola podem ser responsáveis pela construção de um cidadão ético, capaz, responsável, empático, generoso, corajoso, entre outras qualidades necessárias para uma sociedade mais justa e ética”, explica o professor.

Sobre a indicação deste trabalho ao prêmio da Capes, ele comemora “É o reconhecimento do meu trabalho de doutoramento pelos professores e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFJF. Também considero a indicação da minha tese como uma forma de agradecer ao Instituto Federal pelo apoio e investimento na minha qualificação profissional e pessoal”.

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