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Novo normal: vacinação traz controle da pandemia, mas ela ainda não acabou

A vacinação de mais de 65% da população traz maior controle, mas o surgimento de variantes e de novas ondas ainda ameçam

Após 20 meses de pandemia e das consequências dela: isolamento, perdas, pessoas com sequelas, físicas e emocionais; a taxa de mais de 65% da população apta vacinada, traz esperança de dias melhores. Por outro lado, países europeus vivendo uma terceira onda, o surgimento de uma nova variante e o relaxamento prematuro e irresponsável de uma parcela da população, ainda nos trazem insegurança.

Os números diários têm decrescido de modo lento e contínuo, o que pode ser percebido na comparação das médias acumuladas destes casos. O que parece impactar no decréscimo é o aumento da vacinação e a manutenção das normas de segurança (higienização, distanciamento, uso de máscaras). Cada um fazendo a sua parte pode levar à redução local da contaminação e da transmissão do vírus em âmbito regional e nacional.

Para entendermos melhor o momento que estamos vivendo, conversamos com os professores do Campus Barbacena José Emílio Zanzirolani, do Núcleo de Biologia, e Helder Antônio da Silva, do Núcleo de Ciências Sociais. Ambos participam do Laboratório de Biologia da Conservação, que publica semanalmente dados sobre a pandemia (em 2020 a Avaliação do Comportamento do SARS-CoV-2 no Brasil e no Mundo; em 2021 a Avaliação do Comportamento do SARS-CoV-2 no Município de Barbacena e a sua Microrregião). 

Zanzirolani e Silva concordam que o momento é de maior controle da doença e atribuem o fato ao avanço da vacinação, entretanto, advertem que a pandemia ainda não acabou e que medidas de segurança, como uso de máscaras e álcool gel, além do distanciamento social, continuam sendo importantes:

“Distanciamento e isolamento social são conceitos diferentes. O distanciamento é importante na segurança dos que necessitam sair de sua casa, considerando a transmissão do vírus pelo ar. Manter-se em ambiente mais protegido, em isolamento social por exemplo, garante maior proteção. O importante neste momento de isolamento físico é manter o contato por meio de redes sociais ou outras formas de comunicação, pois os humanos são seres sociais. Então, evitar aglomerações continua sendo parte dos cuidados preventivos”, avaliam os professores.

Mais uma dose de esperança

Para seguirmos o sonho do “novo normal” é preciso tomar todas as doses disponíveis, no caso em que não se trata de dose única, e nunca escolher a vacina. Aí vale a máxima: “Vacina boa é vacina no braço”, e ainda podemos adaptar: “Vacina boa é vacina no braço e na dose certa”. Portanto, nada de esquecer ou se recusar a tomar segunda dose e a dose de reforço. Esta atitude pode custar a sua vida.

Os professores explicam sobre o funcionamento dos imunizantes. Segundo eles, a vacina é obtida em processo biotecnológico e elaborada com o agente externo (o vírus atenuado ou morto ou parte deste ser) em quantidade suficiente à resposta e mantido em solução que o mantenha estável e esteja distribuído em todo o conteúdo, de modo que, ao retirar uma alíquota do frasco da vacina (as vacinas multidoses), se obtenha a quantidade adequada do agente viral. A vacina é um modo de tratamento preventivo que permite que a pessoa entre em contato com o agente externo (vírus), o identifique como algo que não pertence a aquele organismo e promova a resposta imunológica que visa eliminar este agente. Com este contato inicial, o organismo aprende a responder e armazena a resposta como memória. A resposta pode ser melhorada com um ou mais contatos com o agente, e por isso há vacinas com uma ou mais doses (como exemplo no Brasil a vacina da Fiocruz, do Butantan e a do Ezequiel Dias). Sendo a resposta individual, pode-se ter variáveis efeitos e comportamentos em cada ser. Então, a vacina permite resposta, e por serem diferentes tipos de tecnologia, pode-se pensar nas que estão disponíveis na atualidade, distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), por terem sido testadas quanto à eficácia e segurança.

“Não é possível escolher o tipo de vacina, pois nem todos os tipos estão disponíveis, não se tem certeza qual tem maior eficácia e menos efeitos colaterais. Os pesquisadores permanecem fazendo a coleta de dados sobre as doses aplicadas e os efeitos imunológicos, com alerta aos novos contágios e a formação de novas variantes do vírus”, destacam os especialistas.

Avanços

O conhecimento sobre o vírus e os modos de prevenção, como a vacina, têm permitido avanços no controle da taxa de transmissão da doença. O combate às fakenews e o debate político-ético parlamentar também contribuíram para aumentar a consciência coletiva sobre o problema:

“Dentro de seis meses é notório o efeito benéfico que a vacinação em massa trouxe. O que podemos fazer agora é planejar e preparar o momento de maior proximidade com os outros, ter mais esperança no novo normal. Há lugar para a esperança, no entanto, as duas doses marcadas na carteira da vacinação não significam a solução do problema. Importante saber que a vacina não é cura, é a prevenção, um cuidado a mais. A imunização só começa a existir após 14 dias da segunda dose ou da dose única. Dessa forma, aglomerar, sobretudo em locais fechados, faz com que se tenha contato com maior número de gotículas expelidas quando as pessoas estão falando, respirando e tossindo, por exemplo. A aglomeração cria o microclima que favorece a disponibilidade de vírus no ar e a dispersão entre as pessoas e isto pode gerar novos infectados ou novas variantes do vírus”, advertem Zanzirolani e Silva.

Mas, mesmo que o perigo ainda exista, o momento é favorável. Segundo os professores, o aumento da cobertura vacinal e o entendimento sobre o comportamento do vírus possibilitam que avancemos para a próxima etapa. Portanto, desde que as normas de segurança sejam seguidas, a retomada da economia pode ser segura:

“Como a economia é global e os setores formam uma rede de interconexões, com interfaces interna e externa, o ritmo de abertura da economia passa pela cautela. O ritmo de abertura é experimental, pois vivemos a pandemia em tempo real, com ocorrência de casos todos os dias”, avaliam eles.

Cautela: palavra de ordem

José Emílio Zanzirolani e Helder Antônio da Silva enfatizam o tempo todo que os avanços existem e devem ser comemorados, no entanto, a cautela ainda é a palavra de ordem, e vale para o comércio, para a vida social e para o qualquer atividade.

Há um tempo, ficar em casa era necessário para nos mantermos vivos. Agora podemos medir riscos e fazer escolhas. Segundo os professores, o critério deve ser sempre evitar aglomerações e ter cuidado com ambientes propensos a não utilização de máscaras. Dessa forma, ir ao shopping de máscara e num dia de pouco movimento pode ser mais seguro do que ir a um churrasco com amigos, onde a máscara provavelmente não será usada corretamente. Sempre devemos relativizar: Em época de festas de fim de ano por exemplo, os shoppings costumam ficar lotados e, portanto, são perigosos. Já um churrasco com pessoas vacinadas, com as quais convivemos, pode ser algo seguro:

“As escolhas devem ser conscientes, verificando as necessidades, os momentos adequados, as avaliações de risco e a segurança. A expansão da bolha de convivência deve ser gradual e os cuidados devem ser constantes”, ponderam.

O que se tem percebido na Europa é a abertura dos espaços públicos e a desobrigação dos cuidados com máscara, sendo que há países notificando aumento no número de casos e de internação hospitalar, denotando mais uma onda da pandemia que ainda não acabou. Em analogia no Brasil, tem-se as comemorações de final e início de ano e o relaxamento dos cuidados em relação ao uso de máscara e às aglomerações e isto pode favorecer a disseminação do vírus. Uma nova onda de casos pode ser evitada mantendo os cuidados e garantindo a vacinação da maior quantidade possível de pessoas. 

Retomada das atividades presenciais no IF Sudeste MG

Em atividades remotas desde março de 2020, agora o IF Sudeste MG conta com uma “grande referência a nos guiar até o retorno presencial total e definitivo de todas as nossas unidades” (nas palavras do reitor André Diniz): o "Plano de Retomada". Este documento norteador, aprovado em 20 de outubro pelo Conselho Superior, surge na esteira da nova resolução do Ensino Remoto Emergencial (ERE) e da aprovação do Ensino Combinado Emergencial (ECE) para diferentes modalidades, estratégico no enfrentamento à pandemia. 

Prevendo um retorno gradual e controlado, com medidas de distanciamento social e de biossegurança, o Plano de Retomada caracteriza quatro diferentes cenários pelos quais o IF Sudeste MG poderá transitar: começando pelo cenário de atividades totalmente remotas (cenário 1) até a situação desejável de retomada completa das atividades presenciais (cenário 4). Fica a critério do(a) estudante ou seu responsável legal, no caso de menor de 18 anos, participar ou não das atividades de ensino presenciais oferecidas em seu campus, enquanto a instituição estiver enquadrada nos cenários 2 e 3. 

Além de critérios de avanço ou retrocesso em diferentes cenários, o Plano reúne protocolos já desenvolvidos no IF Sudeste MG, incluindo cuidados com estudantes e servidores. Recomendações expressas em protocolos emitidos por autoridades sanitárias também são citadas no documento, que é parte do Projeto Reencontro. Assim, a qualidade do ensino e a preservação da vida da comunidade acadêmica continuam sendo prioridades.

Continue evitando:

- Sair sem máscara;

- Comer, beber e falar alto em locais onde haja concentração de pessoas;

-  Praticar esportes de contato sem máscara;

- Entrar em casa com as mesmas roupas e calçados usados na rua;

- Relaxa quanto aos limites de segurança, por acreditar que o momento de contágio e disseminação da doença já passaram.

Um novo normal

A gente sabe que todo esse cuidado com a saúde física, em todos esses meses, tem causado grandes danos à saúde mental. Então, neste momento, em que há maior controle da doença, com cautela dá para se permitir um pouquinho mais:

“O distanciamento social é melhor para a mente do que o isolamento social. O novo sempre incomoda, nos retira do lugar que é comum, do considerado seguro. O novo necessita ser pensado. O que estamos vivendo é um momento que nos permite repensar, respeitar, cuidar de cada um. A covid-19 é causada por um agente muito pequeno em tamanho e que nos remete a grandes responsabilidades. O novo sempre traz o medo. O que recomendamos é que pratiquem o respeito. O medo vem do desconhecimento e o respeito vem do conhecimento. Portanto, conheçam cada vez mais e tomem decisões fundamentadas e com respeito a si próprio e à coletividade”, aconselham José Emílio Zanzirolani e Helder Antônio da Silva.

Um Natal feliz e seguro 

Para celebrarmos o Natal e o Ano Novo com alegria e também com segurança, segundo os professores, é importante manter os cuidados e evitar aglomerações, o manuseio comum de utensílios, manter o distanciamento e o uso de máscaras:

"Se as famílias forem receber parentes para as festividades, é importante que uma máscara limpa seja oferecida (peça a eles que guardem a que estão utilizando em um saco plástico), os sapatos devem ser retirados ao entrar (caso necessário, ofereça um calçado, como o chinelo). Pense: Os parentes de outros locais geram o aumento o número de pessoas usuais naquele convívio. Como o local de origem destes parentes são distintos, tem-se possibilidades de contatos com variantes do vírus. Então, o seguro é manter os cuidados, avaliar os procedimentos, entender a necessidade e perceber que o importante no nascimento de Jesus é a vida e o bem-estar", avaliam José Emílio Zanzirolani e Helder Antônio da Silva.

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