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Programa Mulheres Mil em Santos Dumont inicia primeira turma dedicada a comunidades quilombolas

Resultado de parceria entre o Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG e a Prefeitura Municipal de Santos Dumont, quarta edição do curso de Assistente Escolar terá aulas na comunidade Cachoeirinha
Exibir carrossel de imagens #pratodosverem: Imagem mostra integrantes da equipe e novas alunas do Programa Mulheres Mil à frente da fachada da Escola Municipal Maria da Glória de Carvalho Villanova

#pratodosverem: Imagem mostra integrantes da equipe e novas alunas do Programa Mulheres Mil à frente da fachada da Escola Municipal Maria da Glória de Carvalho Villanova

O Programa Mulheres Mil em Santos Dumont iniciou na manhã do último sábado (6 de setembro) sua primeira turma especificamente dedicada a comunidades quilombolas. A aula inaugural ocorreu na Escola Municipal Maria da Glória de Carvalho Villanova (comunidade Cachoeirinha), que receberá todas as ações deste ciclo. Participam da quarta edição do curso de Assistente Escolar mulheres residentes nas comunidades Cachoeirinha, São Bento, Espírito Santo e Corujas. A oferta da formação é resultado de uma parceria entre o Campus Santos Dumont do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) e a Prefeitura Municipal de Santos Dumont.

Além das disciplinas específicas do curso FIC (Formação Inicial e Continuada), com a capacitação profissional na área de Secretaria Escolar, as alunas têm atividades relacionadas a eixos como Direito, Empreendedorismo, Saúde, Empoderamento Feminino, Português, Matemática e Informática no chamado módulo central. A formação prevê o total de 220 horas e será ofertada até novembro.

A solenidade foi dirigida pela coordenadora-adjunta do Mulheres Mil no Campus Santos Dumont, Paula Souza. A mesa de honra contou com o chefe de gabinete da Reitoria, Carlos Eduardo da Silva, a diretora de Processos Seletivos do IF Sudeste MG, Juliana Rodrigues (ambos representando o reitor, professor Valdir José da Silva), a coordenadora do Mulheres Mil na instituição, Bianca Monteiro, a secretária municipal de Desenvolvimento Social e Combate às Drogas, Elizângela Silva, a diretora e o coordenador de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Campus Santos Dumont, respectivamente Iara Nascimento (também presidente do Neabi* local) e Benedito Carvalho (ambos representando o diretor-geral da unidade, professor Sandro Farias).

Responsável pelo grupo terapêutico “Mulheres Avassaladoras”, voltado à temática do empoderamento feminino, a psicóloga Érika Santos também conversou com a nova turma no sábado. Ainda compareceram ao evento outras integrantes do grupo, parte da equipe voluntária do módulo central, colaboradores(as) de projetos associados ao Mulheres Mil e servidores(as) do IF Sudeste MG e da Prefeitura Municipal.

Uma iniciativa transformadora

#pratodosverem: Imagem alunas do Programa Mulheres Mil acompanhando a aula inaugural na Escola Municipal Maria da Glória de Carvalho Villanova“A gente sempre quis fazer um curso, ter um estudo, mas é difícil ir de Cachoeirinha a Santos Dumont por causa do transporte, do tempo de chuva. Receber o Mulheres Mil na comunidade é um prazer enorme para a gente”, relatou a aluna Márcia Jaqueline Onassis Silva.

A colaboração entre a Prefeitura e o IF Sudeste MG foi valorizada pela secretária de Desenvolvimento Social, Elizângela Silva, que destacou um dos aspectos mais relevantes do Mulheres Mil: o empoderamento. “Essa parceria hoje vem para reforçar não só a importância de trazer conhecimento, mas de fortalecer essas mulheres em todas as relações sociais”, enfatizou.

“A primeira turma do Programa Mulheres Mil no quilombo de Cachoeirinha, em Santos Dumont, representa um marco pioneiro no IF Sudeste MG, que pela primeira vez leva a iniciativa a uma comunidade quilombola. Essa conquista reforça o compromisso do IF Sudeste MG em ser uma instituição pública, gratuita e de qualidade, que busca integrar e ampliar o acesso à educação de forma inclusiva e transformadora”, destacou o chefe de gabinete Carlos Eduardo da Silva.

“O Programa Mulheres Mil nasceu com um propósito muito especial: oferecer às mulheres oportunidades de educação, de formação profissional e de inclusão social, criando condições para que elas possam conquistar autonomia financeira, fortalecer sua autoestima e transformar suas próprias vidas e as de suas famílias”, lembrou a coordenadora do Mulheres Mil no IF Sudeste MG, Bianca Monteiro. “Cada turma que se forma é um testemunho vivo de que a educação é capaz de mudar destinos”, completou.

“Vejo o Programa Mulheres Mil como uma política pública de formação humana integral, profundamente alinhada aos princípios que orientam os Institutos Federais. O programa tem o poder de restaurar a dignidade, fortalecer a autoestima e promover a emancipação emocional e financeira de mulheres que, historicamente, foram levadas a duvidar do seu valor e de sua capacidade”, avaliou a coordenadora-adjunta do Mulheres Mil em Santos Dumont, Paula Souza.

“Ao implementar o programa em uma comunidade quilombola, o IF Sudeste MG não apenas promove a interiorização do ensino profissional, mas também transforma o acesso às políticas públicas em um instrumento concreto de reparação histórica. Em cada aula, o programa resgata sonhos, fortalece vozes e inspira esperança – e não apenas nas alunas”, concluiu.

De acordo com o Guia da Metodologia de Acesso, Permanência e Êxito do programa, mulheres quilombolas são grupo prioritário para os cursos do Mulheres Mil.

Rede de apoio

#pratodosverem: Imagem mostra integrantes da equipe e de projetos associados ao Programa Mulheres Mil à frente da fachada da Escola Municipal Maria da Glória de Carvalho VillanovaPara a permanência e o êxito das mulheres no curso, o cuidado com as crianças é fundamental. A rede de apoio viabilizada pelo projeto “Tribo de Dandara” ofertará a filhas e filhos das estudantes (e a outras crianças sob sua responsabilidade) um espaço educativo e recreativo, na comunidade, simultaneamente às aulas. “O projeto não tem a função só de acolher essas crianças, mas de oferecer um tempo de qualidade com brincadeiras, apoio estudantil e diálogo”, explicou a colaboradora externa da iniciativa, Carla Cecília Esteves.

O projeto "As preparadas", voltado à preparação de alunas e egressas do Mulheres Mil para concursos e provas a exemplo do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), também será desenvolvido nos próximos meses.

*Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas

Texto: Bianca Alvin; Colaboração: Bianca Monteiro; Edição: Daniel Leite; Fotos: Bianca Silva

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