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Acabar com o racismo precisa ser causa urgente e de toda a sociedade

Em alusão ao Dia da Consciência Negra, o IF Sudeste MG, através da DIRAD, lança um vídeo sobre a importância do combate ao racismo

Quantos dias por ano você pensa sobre racismo, discriminação e desigualdades?

Com certeza a resposta vai variar conforme a cor da sua pele, sua classe social e seu grau de engajamento. Do ponto de vista da Filosofia, consciência é a percepção imediata do sujeito daquilo que se passa, dentro ou fora dele. A consciência pode definir-se como o conhecimento que o ser humano possui dos seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Portanto, o dia 20 de novembro deve ser o dia da reflexão sobre a negritude e os temas que a permeiam. Então, nesta data, pelo menos nela, talvez seja possível que muita gente reflita sobre o que é ser negro, sobre a nossa responsabilidade diante do racismo e sobre nossa dívida histórica com essa população:

"O Dia da Consciência Negra pra mim, é dia de pensar o Brasil. De pensar que o país que tem a maior população negra fora da África, é também o país que não tem nos espaços de poder, nos espaços de visibilidade essa população representada", Rosana Machado de Souza.

Talvez a gente pense sobre o quão presente e cruel o racismo ainda é. Talvez a gente celebre que nossa sociedade esteja há pouco mais de 130 anos livre do chicote, mas, por outro lado, talvez a gente também perceba que há outros chicotes, até invisíveis, que seguem açoitando o corpo negro. Talvez a gente olhe em volta e enxergue o tamanho da riqueza cultural que os negros nos deixaram e, em contrapartida, observe toda a discriminação que demos a eles. 

O dia é da Consciência Negra. Mas todos nós precisamos ter consciência. A causa não é só dos negros, é de todos nós. Seja aquele que sentiu o chicote e ainda sente o preconceito, seja aquele que sujou as mãos de sangue e que ainda integra uma sociedade racista, ou, pior ainda, ainda pratica atitudes racistas. 

"A data serve para lembrar a importância da população afrodescendente e reconhecer o prejuízo que negros e negras sofrem ao longo desses mais de 500 anos por causa da exploração, do racismo e do preconceito de marca", Margarete Moreira Coutinho e Silva.

O número de vezes que você pensa sobre racismo pode até variar conforme a cor da sua pele, mas a responsabilidade por dar fim à mazela social causada pelo racismo é, invariavelmente, de TODAS e de TODOS. 

#PretosEBrancos

O ar que faltou a George Floyd, os socos que massacraram João Alberto, o tiro que interrompeu a vida de João Pedro, entre tantos outros tristes exemplos, ferem a toda uma população, matam sonhos de uma coletividade e doem na alma. E precisam doer na alma. E a alma não tem cor. 

A reflexão nos aponta a necessidade de criarmos o movimento #PretosEBrancos, a exemplo do HeForShe, criado pela Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). O movimento #HeForShe – ou #ElesPorElas – é um esforço global para envolver homens na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingirem seus potenciais e construírem uma nova sociedade. O movimento #PretosEBrancos, portanto, deve ser um esforço global para que brancos e negros lutem pela igualdade entre as raças.

ar que faltou a George Floyd, os socos que massacraram João Alberto, o tiro que interrompeu a vida de João Pedro, entre tantos outros tristes exemplos, ferem a toda uma população, matam sonhos de uma coletividade e doem na alma. E precisam doer na alma. E a alma não tem cor. 

A largada deste movimento pode ser dada pela educação: "Enquanto educador penso que essa data é fundamental para que possamos trazer para o centro do debate as questões que envolvem a educação antirracista", Diogo Pereira Matos.

No IF Sudeste MG ,o movimento antirracista ganha cada vez mais forças. Além do Núcleo de Estudo Afobrasileiro e Indígenas, os NEABI, que é espaço de reflexão, acolhimento, de luta e de resistência contra a desiguadade e o racismo; há espaço para diversas outras iniciativas com esta temática. 

Os depoimentos citados no texto fazem parte de um vídeo, produzido pela Diretoria de Apoio ao discente/Coordenação de Ações Afirmativas e editado pela Coordenação de Comunicação do instituto, em alusão ao Dia da Consciência Negra. A produção traz vários depoimentos de membros da comunidade do IF Sudeste MG e tem o  o objetivo de "dar visibilidade a esta data tão importante a fim de chamar atenção das pessoas e mostrar o racismo que ainda persiste, mas que deve ser combatido por todos", explica Aurora Maria Baptista da Silva, diretoria de Apoio ao Discente - Pró-reitoria de Ensino.

"O combate ao racismo precisa ser uma causa de todos, em primeiro lugar, porque a construção do racismo não é algo que afeta somente aos negros. Se, por um lado, as pessoas negras precisam conhecer sua história, que é marcada por diversos momentos de glória e de vitórias e, assim, poder se orgulhar desse pertencimento étnico-racial, as pessoas brancas também precisam conhecer a história do Brasil que, muitas vezes, romantiza o período colonial, diminui os impactos que a escravidão trouxe para a população negra escravizada e que tem seus efeitos perpetuados ainda hoje. A construção de uma negritude é algo que precisa ser trabalhado. Mas, da mesma forma, a branquitude crítica é algo que precisa permear as relações raciais, os espaços de decisão e, no nosso caso, o espaço educacional", Aurora Maria Baptista da Silva, diretoria de Apoio ao Discente - Pró-reitoria de Ensino.

Chega de tentar impedir os negros de alcançarem qualquer coisa que quiserem. Ao ínvés de colocarmos o pé na frente para derrubar uma pessoa negra, a proposta é dar a mão a ela e juntos seguirmos em direção a uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.  

Assista ao vídeo e entre nessa causa!