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Nova Feira Livre do Produtor Rural em Santos Dumont tem inspiração em evento do IF Sudeste MG

A Prefeitura Municipal de Santos Dumont anunciou na última terça-feira que a zona sul da cidade receberá uma nova feira e abriu inscrições para produtores locais; ex-aluno do Campus Santos Dumont, vereador relata que ideia surgiu a partir do “IF na Praça”, há dois anos
Exibir carrossel de imagens #pratodosverem: Imagem mostra então alunos da pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea entrevistando produtor local, em barraca do evento "IF na Praça" em 2019.

#pratodosverem: Imagem mostra então alunos da pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea entrevistando produtor local, em barraca do evento "IF na Praça" em 2019.

Em 2019, numa manhã de sábado em novembro, estudantes e servidores do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) foram até a Praça da Bíblia, no Bairro Quarto Depósito em Santos Dumont, para promover uma série de atividades culturais e abrir espaço para que produtores locais comercializassem itens como mel, bolos, salgados, frutas, verduras, legumes e peças de artesanato. No que diz respeito à venda de produtos, a ação seguiu o modelo da Feira Livre do Produtor Rural que já acontecia semanalmente no Centro de Santos Dumont, na Praça Cesário Alvim, o que fez muitos moradores imaginarem como seria interessante se aquela região da cidade passasse a receber a feira com regularidade. Um anúncio da Prefeitura Municipal na última terça (9 de novembro) revelou que isso será realidade em breve. 

O Bairro São Sebastião, também na zona sul de Santos Dumont e relativamente próximo ao Quarto Depósito (onde está localizado o próprio IF Sudeste MG), será a sede de uma nova Feira Livre do Produtor Rural, que acontecerá à noite, em dia da semana a definir, no pátio da Igreja do Evangelho Quadrangular (Rua Capitão Nestor). A Prefeitura Municipal, que realizará a feira por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária, já abriu inscrições para que produtores exclusivamente de Santos Dumont manifestem interesse em participar dela (o período segue até 19 de novembro).

Inspiração no evento de 2019

Ex-aluno da pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea do IF Sudeste MG, o vereador Conrado Luciano Batista relatou, em entrevista ao Portal 14B, que o evento de dois anos atrás teve papel central para que ele apresentasse a pauta ao deputado estadual Betão Cupolillo, que aceitou o pedido e viabilizou a aquisição dos chamados “kits feira” (com barracas e caixas plásticas) para o novo espaço no Bairro São Sebastião. 

O IF na Praça foi promovido em 9 de novembro de 2019 pelo projeto de extensão (R)Existências, então coordenado pelos professores Bia Possato e Helton Nonato, com a intenção de valorizar a agricultura familiar e a cultura de povos tradicionais. Um grupo de então estudantes da pós-graduação em Práticas Pedagógicas entrevistou os produtores locais durante o evento para uma pesquisa demandada por uma disciplina da especialização, cujos resultados reforçariam a importância de ações como aquela.

“Essa feira de 2019 foi uma iniciativa para que os alunos tivessem contato com agricultores e conhecessem a fundo o trabalho deles. Na oportunidade, o professor Helton Nonato me pediu para verificar a possibilidade junto à Prefeitura da realização de uma nova feira na cidade, para que houvesse mais incentivo aos agricultores, e fomos até a Secretaria (Municipal de Agricultura e Pecuária) ver a questão”, contou o hoje especialista em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea na entrevista ao Portal 14B, citando também os esforços feitos por servidores da Prefeitura (Elizângela Mendes e Sílvio Fernandes) e da Emater (Samuel Silva e Marco Aurélio Moreira), órgãos envolvidos na criação e na futura realização da nova feira.

#pratodosverem: Imagem mostra então alunos da pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea entrevistando vendedora em barraca de frutas, durante o evento "IF na Praça" em 2019.O ponto de vista do IF Sudeste MG

Na época projeto de extensão, o (R)Existências é hoje um grupo de pesquisa do Campus Santos Dumont, sempre trazendo à tona o debate em torno da conscientização para uma prática educativa transformadora e favorável à diversidade. Coordenadora da proposta também nesta fase, a professora Bia Possato comemorou o impacto positivo da iniciativa, na prática, para a Terra do Pai da Aviação. "Fico muito feliz ao saber que o nosso projeto conseguiu provocar mudanças positivas na cidade, que ampliam a participação dos agricultores familiares na economia do município", comentou.

"A ampliação dos dias de atendimento à comunidade e a incorporação de novos produtores rurais (com a nova feira no São Sebastião) aumentam demais a recepção de alimentos saudáveis e mais baratos e o fornecimento de matéria-prima produzida pelos próprios cidadãos sandumonenses", constatou o professor Helton Nonato. "Isso movimenta a economia e estimula as pessoas a disponibilizarem seus produtos, uma vez que há um espaço garantido para isso. Esse tipo de trabalho (IF na Praça, em 2019) foi fruto inclusive de um diagnóstico, a partir de conversas com os agricultores: há uma demanda reprimida tanto para pessoas que desejam ter uma oportunidade de comercializar os produtos quanto para espaços abertos que possam ir ao encontro da sociedade também nos bairros".

O professor ainda valorizou o papel aglutinador do Instituto Federal ao promover eventos como o de 2019, iniciando um movimento para uma demanda importante da sociedade como é a nova feira. "A extensão se faz em doses homeopáticas e precisa ter a reação do componente público. Ficamos felizes com o levantamento da demanda pelos nossos estudantes (hoje egressos) da pós-graduação em Práticas Pedagógicas na Educação Contemporânea. Eles que nos trouxeram essas informações. Uma sensibilização dentro da sala de aula nos faz refletir, e a extensão nos permite experimentar. A partir daí as pessoas participam e apresentam propostas. Existiram articulações em torno da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária, de órgãos técnicos locais, escolas, a Prefeitura Municipal e outras entidades que ajudaram. É uma alegria muito grande", celebrou o professor.

"São pessoas que vendem produtos sem agrotóxicos, produtos nobres da natureza. Quando se amplia o número de possíveis vendedores (entre os produtores locais), também se valoriza o trabalho realizado na construção de uma sociedade saudável, que reconhece a importância do produtor local. Essa população resiste, existe e, com esse tipo de ação, ganha visibilidade", concluiu Helton.

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