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Servidores e ex-aluno publicam artigo sobre sucessão familiar na atividade leiteira

Texto foi incluído no livro “Desafios e perspectivas de jovens latino-americanos na sucessão familiar da atividade leiteira”, publicado pela Embrapa.
Exibir carrossel de imagens #Pratodosverem: A imagem apresenta o livro em cima de uma mesa e com canetas e régua ao lado. Na capa da obra, o desenho da sombra de um homem, uma criança e uma vaca, além do título.

#Pratodosverem: A imagem apresenta o livro em cima de uma mesa e com canetas e régua ao lado. Na capa da obra, o desenho da sombra de um homem, uma criança e uma vaca, além do título.

Artigo elaborado por servidores e ex-aluno do Campus Rio Pomba integra o livro “Desafios e perspectivas de jovens latino-americanos na sucessão familiar da atividade leiteira”, publicado pela Embrapa. A pedagoga e mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Maria Helena Furtado Santiago, assina o texto “Sucessão em unidades produtoras de leite de base familiar em Minas Gerais” ao lado do mestre em Nutrição e Produção pela UFV e professor do Campus, Alberto Magno Ferreira Santiago, e do doutorando em Zootecnia pela UFV e técnico formado pelo IF, Tadeu Eder da Silva.

No texto, os autores analisam a realidade das pequenas propriedades leiteiras da região e como tem sido a sucessão entre as famílias. Maria Helena ressalta que os índices obtidos durante a pesquisa que gerou o artigo apontam que os jovens estão deixando a área rural. Não necessariamente por não gostarem do trabalho com a pecuária leiteira, mas por falta de incentivo político-financeiro para o desenvolvimento do negócio nas pequenas propriedades. “Podemos observar uma expulsão velada dos jovens da atividade leiteira. Isto porque as políticas públicas não favorecem a escolha do jovem por permanecer no rural”.

Ela explica que, atualmente, há o incentivo da produção em larga escala, excluindo a produção nas pequenas propriedades. Tal constatação foi corroborada pelos dados do Censo Agropecuário, divulgado este ano. “O Censo confirmou que há um aumento da produtividade, mas redução dos pequenos produtores”.

A pesquisa mostra que os filhos de produtores que querem permanecer na atividade desenvolvida pelos pais acabam sofrendo com a concorrência feita pelos grandes produtores. “Eles querem ficar, mas precisam ganhar dinheiro. Quando não conseguem se sustentar, acabam vendendo a propriedade. Os grandes produtores compram essas terras, aumentando sua área e sua produção”.

Diante dos dados obtidos, Maria Helena acredita que o modelo de negócio que caracterizou Minas Gerais nas décadas passadas, com a produção leiteira feita em pequenas propriedades, sofre riscos de acabar por conta dessa não-continuidade dos jovens na área rural.

O livro

O livro desenvolvido pela equipe da Embrapa Gado de Leite traz vários estudos sobre o que tem levado o jovem a abandonar a pecuária leiteira familiar e também relatos de alguns deles sobre a realidade no campo. “São vários os motivos que levam os jovens a não dar prosseguimento ao negócio da família. É sabido que a atividade leiteira exige dedicação diuturna, todos os dias do ano. Também, face ainda à pouca automação na maioria das propriedades, a atividade ainda apresenta uma rotina de intenso trabalho e dedicação. Tudo isso se soma ao atrativo que é viver no meio urbano. O resultado disso é que, com frequência, os jovens não levam em consideração os ativos que herdam dos pais, representados por terra, construções e animais, e decidem procurar o seu caminho de vida no meio urbano”, explica o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, na abertura do livro.

Conheça o livro